O IMC (Índice de Massa Corporal) é um indicador que serve para avaliar o peso do individuo, permitindo avaliar se está com excesso de peso ou obesidade. Para além do IMC existem outras ferramentas que complementam a avaliação, conforme discutiremos adiante.
Como se calcula o IMC?
Podemos calcular o IMC dividindo o peso (em Kilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado. Ou seja, a fórmula do IMC é a seguinte:
IMC = Peso (kg) / Altura (m)2
Exemplo: Uma pessoa com 60kg e que meça 1,60 m, possui um IMC de 23,4.
Relação entre o IMC e o peso
O IMC possibilita a avaliação do peso tendo em conta a altura da pessoa, sendo que mediante o valor alcançado podemos classificar o peso em:
- Baixo peso IMC < 18,5
- Peso normal IMC 18,5 - 24,9
- Excesso de peso IMC 25 - 29,9
- Obesidade IMC >30
- Obesidade grau I (Moderada) IMC 30-34,9
- Obesidade grau II (Severa) IMC 35-39,9
- Obesidade grau III (Mórbida) IMC >40
No exemplo anterior (IMC de 23,4) essa pessoa enquadra-se dentro do peso normal.
Como interpretar cada escalão de IMC
Baixo peso
Um IMC inferior a 18,5 é um indicador de baixo peso, não sendo recomendado e, podendo ser tão ou mais prejudicial do que ter excesso de peso. Este pode dever-se a vários fatores, tais como distúrbios de comportamento alimentar (exemplo: anorexia, bulimia), doenças inflamatórias intestinais, doenças metabólicas e stress.
As principais consequências de um baixo peso podem ser a queda de cabelo, amenorreia (ausência de menstruação), fadiga, infertilidade e ansiedade.
Nestas situações é necessário um acompanhamento nutricional e médico, de forma a avaliar a existência de possíveis carências nutricionais e garantir uma nutrição adequada.
Peso normal
Um IMC entre o 18,5 e os 24,9, classificativo de peso normal, corresponde ao intervalo de peso ideal para cada pessoa, tendo em conta a sua altura.
Este intervalo de peso está associado a um menor risco e uma menor incidência de doenças.
Excesso de peso
O excesso de peso, também considerado como pré-obesidade, corresponde a um IMC entre os 25 e 29,9.
Perante um IMC indicativo de excesso de peso, é fundamental avaliar não só para o peso e respetivo IMC, mas também a composição corporal, ou seja, para a forma como o peso se encontra distribuído e, perceber de existe ou não um excesso de massa gorda.
Obesidade
Quando o valor do IMC é superior a 30, estamos perante um valor indicativo de obesidade, sendo que conforme o valor de IMC obtido a obesidade pode ser classificada em 3 graus, como moderada, severa ou mórbida.
Esta é uma doença crónica, com repercussões para a saúde da pessoa, pelo que um acompanhamento nutricional por um nutricionista e um acompanhamento médico é fundamental.
Outras ferramentas na avaliação do peso
Não obstante o facto de o IMC se tratar de uma ferramenta bastante prática e muito usada, não é, por si só, suficiente para obter um diagnóstico de obesidade, na medida em que esta apenas avalia o peso corporal da pessoa e não a sua composição corporal.
Esta ferramenta não avalia o peso em massa gorda (gordura corporal) ou em massa muscular, daí que, por exemplo, uma pessoa com muita massa muscular possa possuir um IMC indicador de excesso de peso sem apresentar excesso de massa gorda.
Assim e visto que esta ferramenta apresenta limitações, para determinar se o valor do IMC constitui um risco para a saúde é necessário complementar a sua avaliação com outros métodos, tais como:
- Avaliação da composição corporal – avaliação da distribuição do peso em massa gorda e massa muscular, através de outros métodos a bioimpedância e a medição do perímetro abdominal;
- Avaliação da alimentação;
- Atividade física;
- História familiar.
Bioimpedância
Esta metodologia não invasiva possibilita a realização, através da passagem de uma corrente elétrica de baixa intensidade, da avaliação da composição corporal, analisando a percentagem de massa gorda, massa magra e água.
A Bioimpedância pode ser usada como complemento ao IMC, possibilitando entender se um IMC mais elevado é a causa de uma massa gorda excessiva ou de um alto valor de massa muscular (por exemplo, no caso dos culturistas).
Perímetro abdominal
O perímetro abdominal é medido com recurso a uma fita de perímetros que consente a avaliação da presença de gordura visceral (gordura interna, na zona abdominal). Esta possibilita avaliar o risco de surgimento de doenças que estão associadas ao aumento do perímetro abdominal, como a hipertensão, a diabetes tipo 2 e a hipercolesterolemia.
Os valores de referência para o perímetro abdominal são:
- Mulheres: o perímetro abdominal deve ser inferior a 88 cm;
- Homens: o perímetro abdominal deve ser inferior a 102cm.
O que é a obesidade?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o excesso de peso e a obesidade como se tratando da acumulação anormal ou excessiva de gordura, apresentando riscos para a saúde.
A obesidade é julgada uma doença crónica, complexa e multifatorial, que produz um elevado impacto na qualidade de vida dos indivíduos, constituindo-se como um distúrbio nutricional cada vez mais prevalente na sociedade atual, sendo considerada um problema de saúde pública.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2019, em Portugal, mais de metade da população com 18 ou mais anos (53,6%) apresentava excesso de peso ou obesidade. Foi também averiguado que 1,5 milhões de pessoas com 18 ou mais anos (16,9%) padecia de obesidade, sendo que 17,4% eram mulheres e 16,4% eram homens.
Como se desenvolve a obesidade?
A obesidade é observada, na maior parte dos casos, como uma doença multifatorial, que advém de um balanço energético positivo, isto é, de um consumo de calorias superior aquele que é despendido pelo corpo, sendo o excesso de calorias recolhido pelo corpo sobre a forma de gordura.
São vários os fatores promotores do desenvolvimento da obesidade, sendo que entre os principais fatores de risco encontra-se uma alimentação inadequada e o sedentarismo.
Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade podemos apontar, os seguintes:
- Alimentação incorreta, com um elevado consumo de alimentos calóricos ou um consumo de quantidades de alimentos em doses muito elevadas;
- Genética;
- Sedentarismo;
- Medicação;
- Patologias – como por exemplo Síndrome de Cushing e hipotiroidismo grave;
- Psicológicos – pode existir associada a casos de distúrbios alimentares, como por exemplo na ingestão compulsiva.