Alopécia

Imagens de alopécia

O que é a alopécia?

A alopécia areata é uma doença que resulta de uma reação imunitária anormal (autoimune) contra os folículos pilosos (estruturas onde o cabelo cresce), provocando queda de cabelo em aglomerados (alopécia totalis) ou até mesmo por completo em todo o corpo (alopécia universalis). Na maioria dos casos, o cabelo cai em pequenas secções, mas os padrões da queda podem variar. Existem situações em que o cabelo volta a crescer e pode ou não cair novamente.

A alopécia, em geral, pode afetar ambos os sexos, contudo afeta mais frequentemente os homens. A doença manifesta-se geralmente antes dos 30 anos de idade, podendo, contudo, ocorrer em qualquer altura da vida, incluindo crianças e jovens.
Tipos de alopécia

Podem existir diversas classificações na alopécia, dependendo da etiologia, da dimensão e localização da queda do cabelo. Contudo, podemos identificar dois tipos principais a ter em conta, a saber:

  • Alopécia areata – “areata” significa desigual, e é um dos tipos de alopécia mais frequentes. Esta queda de cabelo pode desenvolver-se em qualquer parte do corpo como couro cabeludo, barba, axilas, etc.;
  • Alopécia androgenética - A alopécia androgenética está associada a problemas hormonais ou genéticos (de hereditariedade). Afeta maioritariamente os homens e é associada à calvície comum (vulgarmente conhecida como calvíce).

Para além destes, podemos identificar outros tipos de alopécia, como:

  • Alopécia traumática - provocada pela tração mecânica dos cabelos (“arrancar cabelo”);

Alopécia vs Queda de cabelo

É importante distinguir a alopécica areata da queda de cabelo. A alopécia areta é uma patologia (doença) onde o sistema imunitário “ataca” erradamente os folículos pilosos provocando a queda de cabelo. Ou seja, a alopécia areata é uma das causas para a queda de cabelo. Existem diversas causas que podem ser responsáveis pela queda de cabelo.

Existem períodos em que ocorre uma queda de cabelo mais acentuada (Eflúvio). É normal que o cabelo cresça e caia naturalmente, contudo, existem fatores que potenciam uma maior queda. O stress em excesso, alguns episódios de ansiedade, são exemplos de problemas que podem gerar uma queda de cabelo mais acentuada.

Saiba, aqui, tudo sobre queda de cabelo.

Causas da alopécia

Como dito anteriormente, a alopécia areata é uma doença autoimune, isto é, a doença é causada pelo próprio sistema imunitário ou imunológico (sistema de defesa contra agressões externas) que confunde células saudáveis com substâncias estranhas, neste caso, contra os folículos pilosos (estruturas onde o cabelo cresce). Quando isto acontece, os folículos pilosos deixam de funcionar e de produzir o cabelo, levando à sua queda.

Este tipo de doença é mais comum em pessoas já com história familiar com outras doenças autoimunes, como diabetes tipo 1 ou artrite reumatóide (doença inflamatória das articulações).

Existem outras patologias que levam ao aparecimento da alopécia, a saber:

  • Doenças da tiróide, tipicamente com alterações nas hormonas T3, T4 e TSH, como hipotireoidismo, hipertireoidismo, etc.;
  • Anemia perniciosa (diminuição de glóbulos vermelhos no sangue, causada por uma deficiência de vitamina B12);
  • Lúpus eritematoso sistémico;
  • Síndrome de Down;
  • Vitiligo (doença crónica que provoca manchas brancas na pele);
  • Sífilis secundária;
  • Líquen plano;
  • Asma (principalmente secundária às medicações usadas);
  • Alergias sazonais;
  • Uso de alguns fármacos;
  • Utilização de produtos químicos inadequados;
  • Stress;
  • Má alimentação, com deficiência de algumas proteínas, ferro, biotina e zinco;
  • Outras.

Embora a doença possa afetar ambos os sexos, as causas e efeitos da alopécia podem variar consoante o sexo, conforme abordaremos de seguida.

Causas específicas do sexo masculino

Nos homens, existe uma grande probabilidade do aparecimento de alopécia androgenética (calvície) devido a antecedentes familiares (genética), tipicamente com alterações hormonais.

A nível hormonal, a calvície masculina ocorre quando a hormona testosterona passa a dihidrotestosterona, o que faz encolher os folículos pilosos, levando à queda do cabelo.

Causas específicas no sexo feminino

Nas mulheres, o aparecimento da alopécia, em geral, é frequentemente associado ao stress, às alterações hormonais que ocorrem na gravidez ou menopausa e é raramente hereditária ou genética.

Como a alopécia no sexo feminino está mais relacionada com o desequilíbrio hormonal, até a interrupção da contraceção hormonal (pílula) pode ser causadora da queda de cabelo, mesmo em mulheres mais jovens.

Outra diferença entre a alopécia masculina e feminina é o impacto emocional da perda de cabelo. A alopécia é uma doença que afeta esteticamente as pessoas, e embora exista um desequilíbrio emocional nos homens, o risco deste é mais elevado nas mulheres. Tipicamente, a queda de cabelo provoca problemas acrescidos de baixa auto-estima nas mulheres. O problema pode desencadear ansiedade e até depressão em casos mais graves.

A alopécia é contagiosa?

Não, a alopécia não é uma doença contagiosa, ou seja, a doença não se transmite de pessoa para pessoa.

Diagnóstico da alopécia

O dermatologista (especialista em dermatologia) é o médico responsável pelo diagnóstico da alopécia. O doente deve procurar o médico dermatologista assim que ocorram os primeiros sinais evidentes da queda de cabelo, de modo a melhorar o prognóstico da doença.

Como a queda de cabelo não pode ser usada por si só para diagnosticar a alopécia, são utilizados outros métodos que permitem a distinção entre outros problemas causadores da perda de cabelo, a saber:

  • Avaliação da história clínica (procura de outras doenças que possam estar a provocar a queda de cabelo);
  • Exame de amostras de cabelo ao microscópio;
  • Biópsia de uma amostra de pele do couro cabeludo;
  • Análises ao sangue (procura de anticorpos anormais ou na suspeita de outras doenças autoimunes);
  • Outros MCDT que permitam chegar a um diagnóstico conclusivo.

Outros sinais e sintomas frequentemente associados à alopécia incluem: unhas vermelhas, frágeis e quebradiças e também, sensação de formigueiro e comichão em áreas da pele sem erupções cutâneas.

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A alopécia tem cura?

Como vimos, a alopécia pode estar relacionada com diversas patologias e problemas, tendo por isso prognóstico muito variável.

Atualmente, existem diversas opções terapêuticas que permitem fazer o cabelo crescer mais rapidamente e que evitam a perda de cabelo no futuro.

Num caso de alopécia areata ou androgenética, o crescimento do cabelo após a queda inicial é possível, contudo, é uma doença imprevisível e existe a possibilidade de uma nova queda do cabelo.

Tratamento da alopécia

Como vimos anteriormente, a alopécia pode ser devida a diversas causas, devendo o tratamento ser sempre orientado pelo médico dermatologista após diagnóstico definitivo da doença.

Existem várias opções terapêuticas possíveis na alopécia que permitem que o cabelo cresça de novo ou que evite uma nova queda, a saber:

  • Uso de corticosteróides (corticóide ou cortisona) - são medicamentos (remédios) anti-inflamatórios generalizados para doenças autoimunes. Podem ser administrados em forma de injeção, pomada ou comprimidos;
  • Imunoterapia – São medicamentos que procuram diminuir a resposta imune do organismo. Podem ser realizadas várias sessões onde são aplicados produtos químicos no couro cabeludo que, após uma reação inflamatória cutânea, faz o cabelo crescer;
  • Minoxidil: é um medicamento que permite evitar o processo de miniaturização dos folículos pilosos, geralmente usado na calvície.
  • Dependendo da causa subjacente, outros medicamentos (remédios) para doenças autoimunes.

Sendo a alopécia uma doença imprevisível, a durabilidade dos tratamentos, o tempo de ação e eficácia das terapêuticas atrás referidas variam de pessoa para pessoa.

É comum as pessoas recorrerem a alguns “remédios caseiros ou naturais” com a promessa de uma eficácia rápida na recuperação. Mas estes acabam por não resultar ou até mesmo piorar a situação dos folículos. É extremamente desaconselhável experimentar este tipo de medicamentos ou “estratégias”, sob pena de poder agravar o seu quadro clínico. Mais, como vimos a alopécia pode estar relacionada com outras patologias, algumas delas potencialmente graves, devendo existir sempre avaliação médica antes de tentar qualquer tipo de tratamento alternativo.

Transplantes e implantes capilares

Em alguns casos, os tratamentos médicos não conseguem reverter o problema, reservando-se, se possível, opções cirúrgicas (transplantes capilares ou implantes capilares).

Os transplantes capilares consistem num procedimento em que se retira cabelo de um local em abundância para implantar noutro local deficitário. Os implantes capilares são levados a cabo com cabelos externos ao doente, usualmente semi-sintéticos que são implantados no local deficitário. Estes procedimentos, só podem ser usados em alguns doentes que reúnam as condições que permitam resultados duradouros.

Algumas patologias de base e condições do doente / estado da alopécia deverão ser levadas em consideração na decisão de optar por estes procedimentos cirúrgicos.

De um modo geral, os transplantes capilares são recomendados a doentes com as seguintes patologias:

  • Calvície masculina (ou alopecia androgenética);
  • Calvície feminina (ou alopecia androgenética);
  • Pessoas que perderam cabelo após uma queimadura ou ferimento no couro cabeludo;
  • Outros.

Saiba, aqui, tudo sobre transplantes capilares.

Camuflagem cosmética

Como a eficácia dos tratamentos é extremamente variável, é importante reduzir o stress associado à perda de cabelo e a camuflagem cosmética pode ser uma mais valia nestas situações. O uso de perucas, chapéus, lenços ou micropigmentação capilar pode ajudar a melhorar o efeito emocional prejudicial desta doença.

As técnicas modernas possibilitam, na atualidade, resultados satisfatórios nos casos em que não é possível voltar a ter crescimento de cabelo.

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