A colite ulcerosa, colite ulcerativa ou retocolite ulcerativa é uma doença crónica que consiste numa inflamação do intestino e/ou úlceras do cólon (intestino grosso). Esta doença pode provocar sintomas gastrointestinais tais como: hemorragia, diarreia e dor abdominal.
A inflamação intestinal geralmente afeta o reto (proctite ulcerosa) e a parte final do intestino grosso, mas pode afetar todo o cólon (pancolite ulcerosa ou pancolite ulcerativa).
A colite ulcerosa, assim como a doença de Crohn, faz parte de um grupo de doenças designadas como doenças inflamatórias do intestino.
Causas da Colite ulcerosa
As causas da colite ulcerosa ainda não são completamente conhecidas. Alguns estudos demonstram que pessoas com risco aumentado de ter colite ulcerosa (risco esse que foi possivelmente transmitido por membros da família) quando expostas a um “gatilho”, como por exemplo uma infeção, poderão desenvolver a doença. De facto, a genética detém um papel importante no desenvolvimento desta doença. Entre 10% a 25% dos doentes com colite ulcerosa possuem um parente de primeiro grau (pais ou irmãos) com doença inflamatória do intestino (colite ulcerosa ou doença de Crohn).
Saiba, aqui, o que é doença de Crohn.
A colite ulcerativa pode ainda surgir após cessação do tabagismo. No entanto, nenhum fator se provou ainda ser o gatilho definitivo desta doença.
Saiba, de seguida, quais são os sintomas da colite ulcerosa.
Sintomas da Colite ulcerosa
Os sinais ou sintomas da colite ulcerosa podem ser ligeiros, moderados ou graves e podem ainda variar ao longo do tempo. Os sintomas mais comuns são: sangramento retal, saída de muco pelo ânus, diarreia, dor abdominal, anemia, perda de peso ou episódios de obstipação (intestino preso).
Os doentes com colite ulcerosa podem também apresentar sintomas extra intestinais sendo os mais frequentes as dores articulares. A inflamação geralmente surge nas grandes articulações como ancas e joelhos causando inchaço e dor. Podem ainda existir alterações em outros órgãos como: olhos, pele (manchas na pele) e, menos comumente, pulmões. Estes sintomas extra intestinais ocorrem mais frequentemente quando a colite ulcerosa está ativa (durante um surto da doença).
Saiba, de seguida, como diagnosticar a colite ulcerosa.
Diagnóstico da colite ulcerosa
Saiba, aqui, o que é colonoscopia total.
Complicações da colite ulcerosa
As complicações da colite ulcerosa são várias. Na maioria dos casos as agudizações da doença são pouco graves e respondem bem ao tratamento, contudo, podem surgir situações potencialmente graves tal como cancro colorretal, e em último caso existe risco de morte.
De facto, os doentes com colite ulcerosa apresentam um risco aumentado de cancro colorretal estando esse risco relacionado com a extensão da inflamação no intestino e o tempo de duração da doença. Isto é, pessoas que tenham a doença por um período de tempo maior e áreas mais extensas de inflamação intestinal possuem um risco mais elevado de cancro.
O cancro colorretal surge a partir de lesões intestinais pré-malignas, algumas das quais crescem lentamente. Estas lesões são detetáveis através da colonoscopia.
Saiba, aqui, tudo sobre colonoscopia.
Colite ulcerosa tem cura?
Embora a colite ulcerosa seja uma doença crónica, isto é, não tenha cura definitiva, atualmente pode ser controlada. Assim, a maioria das pessoas com colite ulcerosa é capaz de viver uma vida ativa e com qualidade. O controlo adequado da colite ulcerosa pressupõe a toma de medicação e a consulta regular com um médico especialista em doenças do aparelho digestivo (gastrenterologista).
Saiba, de seguida, como tratar a colite ulcerosa.
Tratamento da colite ulcerosa
O tratamento da colite ulcerosa, após diagnóstico deve ser orientado pelo médico gastrenterologista. O tratamento passa, usualmente, pela prescrição de medicamentos (ou remédios) que pretendem atingir dois objetivos: aliviar os sintomas (obtendo assim remissão da doença) e impedir a recidiva dos sintomas, isto é, manter a remissão da doença. O tratamento medicamentoso pode incluir vários fármacos distintos, entre eles: corticoides, 5-aminossalicilatos, azatioprina e infliximab, entre outros.
Não existe qualquer tipo de tratamento caseiro ou natural para esta doença. O doente não deve automedicar-se (tomar qualquer tipo de medicação sem prescrição médica) e deve cumprir o plano terapêutico instituído pelo seu médico.
Em alguns casos, quando não é possível o tratamento médico, o tratamento cirúrgico (cirurgia ou operação) pode constituir uma opção terapêutica. Existem várias cirurgias que podem ser recomendadas para tratar a colite ulcerosa. É importante discutir os benefícios e riscos da cirurgia com o seu médico.
Alimentação na Colite ulcerosa
A dieta alimentar na colite ulcerosa deverá ser equilibrada, sendo que uma alimentação adequada e nutritiva pode ajudar a manter a saúde e peso corporal normal. Um doente com colite ulcerosa deve manter uma dieta saudável e pode comer alimentos de todos os grupos alimentares.
No entanto, muitos doentes podem reconhecer alimentos que agravam os sintomas sendo razoável evitar esses mesmos alimentos. O doente poderá efetuar a toma de um suplemento nutricional nos casos em que existam restrições na dieta em vários alimentos.
A intolerância à lactose pode ocorrer em pessoas com colite ulcerosa, isto é, o doente pode não ser capaz de digerir o açúcar (lactose) contido em produtos lácteos desenvolvendo sintomas como: diarreia, dor abdominal ou flatulência. Os sintomas de intolerância à lactose podem ser minimizados, evitando produtos lácteos ou consumindo produtos sem lactose.
Como prevenir a colite ulcerosa?
A prevenção da doença não é possível uma vez que a causa para a colite ulcerosa é, ainda, desconhecida. Contudo, é possível minimizar o risco de agudizações da doença, através do cumprimento do tratamento instituído pelo médico. Os medicamentos (ou remédios) anti-inflamatórios podem agravar a sintomatologia.
No passado, pensava-se que os hábitos alimentares, o stress e os fatores emocionais podiam ser responsáveis pelo surgimento da colite ulcerosa, porém, essa hipótese nunca se veio a confirmar. Contudo, a exposição ao stress pode ser responsável pelo agravamento dos sintomas da doença, pelo que deve tomar medidas que permitam combate-lo.