A episclera é a camada de tecido que recobre a esclera e é responsável por ocupar os 5/6 da túnica externa do globo ocular, desde a córnea ao nervo ótico. É formado por tecido conjuntivo vascular denso.
O que é episclerite?
A episclerite é a inflamação da episclera, sendo uma doença ocular relativamente comum, benigna e auto-limitada que pode afetar doentes de ambos os sexos e em qualquer idade.
Identificam-se dois tipos de episclerite:
- Episclerite simples ou difusa: a episclerite simples ou difusa é caracterizada por congestão vascular sobre uma superfície uniforme episcleral. A doença pode afetar um único segmento da episclera ou, então, toda a episclera (episclerite difusa).
- Episclerite nodular: a episclerite nodular caracteriza-se por uma área limitada de episclera inflamada.
Diferença entre episclerite e esclerite
A diferença entre episclerite e esclerite está na região em que a inflamação ocorre, ou seja, se ocorrer na episclera é designada por episclerite, todavia, se ocorrer na esclera é designada por esclerite.
A episclerite e a esclerite apesar de doenças distintas apresentam algumas características semelhantes, mas diferem drasticamente na possibilidade de risco e complicações para o sistema visual.
De modo a diferenciar a episclerite da esclerite, é necessário efetuar um exame cuidadoso da episclera e da esclera. O exame pode determinar a profundidade da inflamação por meio da observação das várias camadas da esclera, assim como da circulação sanguínea onde ocorre a inflamação.
Saiba, aqui, tudo sobre esclerite.
Causas de episclerite
As causas de episclerite não são identificáveis na maioria dos casos, ou seja, são de origem idiopática.
Em alguns casos, a episclerite está relacionada com doenças inflamatórias sistémicas, nomeadamente, a artrite reumatoide, colite ulcerosa, doença de Crohn, poliarterite nodosa, lúpus eritematoso sistémico e granulomatose de Wegener, entre outras. A episclerite nodular tem uma probabilidade acrescida de estar relacionada com doenças sistémicas.
As causas infeciosas apesar de pouco frequentes podem estar também na origem da episclerite. O vírus do herpes zoster, vírus herpes simples, a doença de Lyme, sífilis, hepatite B e brucelose, entre outros, podem estar na origem da inflamação.
Mais raramente, fungos e infestações parasitárias podem estar associados à episclerite.
Os corpos estranhos, traumatismos ou o contacto dos olhos com produtos químicos podem também ser a causa para a episclerite.
Sintomas de episclerite
Na episclerite podem ser patentes os seguintes sinais e sintomas:
- Olho vermelho;
- Dor ocular (em casos raros);
- Ardor no olho.
Os sinais e sintomas de episclerite podem variar de acordo com o tipo de episclerite presente e com o grau de evolução da doença. Numa larga maioria de casos, a episclerite é assintomática (sem sintomas).
É importante fazer a distinção entre esclerite e episclerite, a gravidade da doença e dos seus sintomas relacionados.
Se quer conhecer os sintomas de esclerite, siga este link.
Episclerite tem cura?
A episclerite tem cura, desde que o diagnóstico seja efetuado de forma atempada e correta e sejam tomadas medidas para tratar a doença de forma adequada. Saiba, de seguida, como tratar a episclerite.
Tratamento de episclerite
Na episclerite, o tratamento é sempre realizado em função da etiologia da inflamação. Habitualmente, a episclerite evolui favoravelmente sem complicações.
As lágrimas artificiais permitem reduzir o desconforto com a sintomatologia relacionada, ou seja, podem proporcionar algum alívio da dor e ardência nos olhos, particularmente na doença nodular.
Os casos mais graves podem ser tratados com corticóides tópicos ou medicamentos anti-inflamatórios orais.
A utilização de fármacos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) tópicos pode ser útil em pacientes mais sintomáticos.
Na episclerite nodular o tratamento pode responder melhor aos AINEs orais.
Em relação ao tempo de evolução, habitualmente, a episclerite tem uma duração que vai de 7 a 10 dias antes de resolver espontaneamente. Se existem doenças sistémicas subjacentes, os episódios podem ser mais prolongados e evoluírem de acordo com a doença subjacente.
A episclerite nodular é mais grave e leva mais tempo a resolver, tipicamente entre 5 a 6 semanas.
Em relação a possíveis riscos e complicações, embora raros podem ocorrer, nomeadamente, ocorrência de glaucoma.
Dizemos que estamos perante uma episclerite recidivante quando ocorre uma recidiva. Na episclerite recidivante, o tratamento deve ser orientado de acordo com a causa subjacente.
Um controlo rigoroso da progressão de qualquer doença sistémica subjacente, é uma media preventiva de episclerite.