A fotofobia é a sensibilidade à luz, ou seja, é a “intolerância” ou “aversão” à luz ou o desconforto provocado pela luz nos olhos, seja esta de origem natural (luz do sol) ou artificial (luz com origem na energia elétrica, por exemplo).
A sensibilidade à luz ocorre quando as células fotossensíveis da retina “não admitem” o excesso de luz, provocando desconforto ocular.
O que é fotofobia?
A fotofobia ocular, sensibilidade ou intolerância à luz, pode ser devida a várias doenças dos olhos, ou então, resultar apenas de uma maior “impressão” ou “irritação” com a luz, por parte de determinadas pessoas, como por exemplo as que possuem olhos claros.
As pessoas com olhos claros (cor clara, como o verde, o azul, o castanho claro) possuem uma maior sensibilidade a claridade nos olhos, devida a uma menor pigmentação. Estas pessoas em ambientes ao ar livre expostos à luz solar ou então em ambientes com luz artificial intensa, apresentam maior sensibilidade à luz. Este facto deve-se à diferença de pigmento dos olhos.
Os olhos escuros contêm mais pigmento que os olhos mais claros permitindo proteger os olhos da luz e consequentemente possuir uma sensibilidade menor que as pessoas com os olhos mais claros. Apesar de se tratar de uma condição perfeitamente natural, estas pessoas podem e devem proteger os olhos, como veremos mais tarde. As pessoas com maior sensibilidade à luz, por vezes, sentem-se incomodadas apenas pela luz brilhante. Em casos extremos, no entanto, qualquer luz pode ser irritante.
Uma fotofobia grave ou severa, raramente, se manifesta em olhos normais, caso não exista nenhuma doença subjacente. Em casos raros de pessoas com pupila aumentada (pupilas grandes) pode suceder maior sensibilidade à luz, pois quanto maior for a pupila mais luz atingirá a retina.
A fotofobia pode ser também provocada por diversas doenças dos olhos, como infeções, inflamações, alergias, entre outras, podendo o seu grau de severidade variar bastante de acordo com a patologia subjacente, o seu estadío, etc. A fotofobia intensa possui, habitualmente, origem patológica.
Causas de fotofobia
As causas de fotofobia podem ser de diversa ordem. Várias doenças dos olhos, podem provocar fotofobia, a saber:
- Conjuntivite;
- Glaucoma;
- Uveíte;
- Chalázio;
- Esclerite;
- Episclerite;
- Ceratite;
- Blefarite;
- Descolamento da retina;
- Úlcera de córnea;
- Doenças congénitas da retina;
- Etc.
A utilização excessiva de lentes de contato, ou usar lentes danificadas e o pós operatório ou recuperação de cirurgia (operação aos olhos) podem também ser causas para a fotofobia.
As pessoas com astigmatismo também são mais sensíveis à luz ou fotofobia, prendendo-se este facto com as alterações que ocorrem com o erro refrativo. Veja mais informação em astigmatismo.
A sensibilidade à luz também pode estar associada a doenças que não afetam diretamente os olhos, tais como algumas doenças neurológicas, ou outras. Um exemplo de uma doença que não afeta os olhos mas que pode provocar fotofobia é a meningite. As alergias, a sinusite, etc, são outros exemplos frequentes que causam fotofobia.
A enxaqueca, fortes dores de cabeça que podem decorrer apenas de uma situação temporária, de esforço ou cansaço, ou então de sintomatologia relacionada com outra patologia, podem também provocar fotofobia.
A fotofobia muitas vezes acompanha o albinismo (falta de pigmentação dos olhos), a deficiência de cor total (ver apenas em tons de cinza), o botulismo, a raiva, a intoxicação por mercúrio, entre outras.
O uso de alguns remédios ou medicamentos podem também causar sensibilidade à luz como efeito secundário como as anfetaminas, entre outras.
Como vimos anteriormente, as pessoas com olhos de cores claras podem também possuir maior sensibilidade à luz.
A fotofobia infantil ou na criança pode também ter diversas causas, tal como as várias doenças dos olhos atrás mencionadas, ser originada pelos olhos claros, algumas doenças genéticas, etc. Veja mais informação em cada uma das doenças associadas.
Para além das causas mencionadas, outras podem estar na origem do problema.
Conheça, aqui, as principais doenças dos olhos e sintomatologia associada.
Sintomas de fotofobia
A fotofobia é um dos sintomas mais frequentes em muitas doenças dos olhos, podendo a sensibilidade à luz ser mais ou menos intensa dependendo da patologia subjacente, do seu estadío ou evolução, da exposição e severidade da luz, se existe ou não proteção, etc.
Associada à fotofobia, outros sinais e sintomas podem ocorrer, como a vermelhidão no olho ou olhos vermelhos, visão turva ou “embaçada”, ardor ou ardência nos olhos, “inchaço ocular”, dor nos olhos, entre outros. Veja mais informação em cada uma das patologias relacionadas.
Na fotofobia o doente sente-se mais confortável quando fecha na totalidade ou parcialmente os olhos. Por este motivo, os pacientes tendem a fechar os olhos ou evitar ambientes com muita luz.
A dor de cabeça acompanha frequentemente a sensibilidade à luz. O esforço que o doente efetua para manter os olhos abertos provocam, habitualmente, dores em toda a região dos olhos e cabeça. Em casos graves a sensibilidade à luz pode ser bastante dolorosa.
Fotofobia tem cura?
Como vimos a fotofobia pode ser causada por diversas doenças dos olhos, sendo que a gravidade, o prognóstico e intervenção podem variar bastante de acordo com a causa subjacente. Veja mais informação em causas de fotofobia.
Tratamento de fotofobia
O tratamento da fotofobia depende da causa subjacente. Por exemplo, se a causa da fotofobia é a conjuntivite (inflamação da conjuntiva), então devemos tratar esta patologia de acordo com as orientações do médico oftalmologista. Após tratamento eficaz os sintomas desaparecem.
Se existe a suspeita de que a fotofobia é causada pelo uso de determinado tipo de medicação fale com o seu médico assistente.
As pessoas que são naturalmente sensíveis à luz como as que possuem olhos claros, podem tomar algumas medidas preventivas que lhes permitam melhorar a sua qualidade de vida. Usar óculos escuros (óculos de sol) com proteção ultravioleta (UV) adequada é uma medida simples mas que pode ser bastante eficaz. Para a luz solar intensa, considere a utilização de óculos polarizados. Estas lentes oferecem proteção extra contra os reflexos de luz causados pela água, areia, neve, entre outras superfícies refletoras.
As lentes fotossensíveis são outra solução para a sensibilidade moderada ao sol. Estas lentes escurecem automaticamente ao ar livre e permitem bloquear os raios UV do sol.
Usar chapéus com abas largas pode também ser bastante útil, fundamentalmente, nos dias com maior exposição ao sol e nas pessoas mas sensíveis.
Em casos extremos, pode ser considerado o uso de lentes de contacto estéticas, que são coloridas e que podem reduzir a quantidade de luz que entra nos olhos aliviando assim a sintomatologia.
Evitar a luz solar, cerrar os olhos sempre que possa e escurecer a casa ou ambiente, são outras medidas que pode tomar quando a sintomatologia é mais exacerbada.