A hemorragia subconjuntival é o tipo de “sangramento ocular” mais frequente, onde é evidente uma mancha de sangue “vivo” na parte branca do olho, podendo esta assumir vários tamanhos e formatos. A hemorragia subconjuntival pode ser causada pela tosse, espirros, esforço físico, trauma ocular, infeção e inflamação ocular, entre outras razões, como veremos mais tarde com mais detalhe.
O derrame ocular ocorre quando um dos vasos sanguíneos da conjuntiva rompe, provocando o que vulgarmente as pessoas apelidam de “sangue nos olhos”. A conjuntiva é uma camada fina que reveste as pálpebras internamente e a esclera (a parte branca dos olhos) onde podemos encontrar os estreitos vasos conjuntivais por onde flui o sangue. A esclera possui inúmeros vasos sanguíneos na sua superfície que apesar de invisíveis a olho nu, são numerosos e muito frágeis. Neste caso, o sangue no globo ocular ocorre no seu exterior não afectando, por isso, o interior do globo ocular, não interferindo, habitualmente, com a visão.
Na hemorragia subconjuntival, o derrame de sangue ocorre, usualmente, devido à rutura espontânea ou, então, devido a pequenos traumatismos dos vasos conjuntivais, por fragilidade ou por pressão aumentada dentro deles.
A mancha de sangue no olho apesar de ter um aspeto que pode ser bastante desagradável, em muitas situações, não provoca habitualmente alterações na visão e de uma forma habitual, não existe dor ocular. O único desconforto causado pode ser uma sensação de ardor ou ardência nos olhos. As hemorragias conjuntivais são, geralmente, auto-limitadas, inofensivas e evoluem de forma favorável sem riscos e complicações.
Sintomas na hemorragia subconjuntival
A hemorragia subconjuntival pode ser acompanhada por alguns sinais e sintomas, adicionais como o ardor ou ardência nos olhos, a sensibilidade à luz (fotofobia), visão turva ou “embaçada”, dor nos olhos, secreção ocular, entre outros, dependendo do problema subjacente.
Na maioria dos casos, de hemorragia subconjuntival espontânea para além do “sangue no olho” ou vermelhidão, não ocorrem quaisquer sinais ou sintomas adicionais.
O sinal mais evidente de uma hemorragia subconjuntival é uma mancha vermelha “viva” ou brilhante na parte branca dos olhos.
No caso de serem patentes outros sinais e sintomas associados à hemorragia subconjuntival, como a dor ocular, alterações repentinas na visão, entre outros sinais e sintomas a valorizar, deve consultar um médico oftalmologista com urgência sob pena de poderem surgir danos irreversíveis na visão e em último caso, conduzir à cegueira do olho afetado.
Causas da hemorragia subconjuntival
A hemorragia subconjuntival está, geralmente, associada às seguintes causas:
- Tosse;
- Espirros;
- Vómitos;
- Esforços, como levantamento de pesos;
- Atividade física intensa;
- Lesão no olho;
- “Coçar o olho”;
- Infeção ocular;
- Inflamação;
- Trauma;
- O uso de certos medicamentos para tornarem o sangue mais “fino”;
- Após cirurgia ocular;
- Etc..
As causas de hemorragia subconjuntival nem sempre são conhecidas. A consulta ao médico oftalmologista deverá permitir esclarecer as causas desse derrame.
Se as hemorragias nos olhos são recorrentes deve ser estudada, pelo médico oftalmologista, a causa subjacente, pois podem dever-se a algumas doenças dos olhos ou, então, a algumas doenças sistémicas. A hipertensão arterial, a diabetes, alguns distúrbios na coagulação do sangue, deficiência de vitamina K (a vitamina K tem uma importante função na coagulação do sangue), são exemplos de doenças que aumentam o risco de derrame nos olhos.
Saiba, de seguida, como tratar a hemorragia subconjuntival.
Tratamento da hemorragia subconjuntival
Na hemorragia subconjuntival, o tratamento depende da causa subjacente, da extensão e gravidade do derrame, se a mancha de sangue tem interferência ou não com a visão, entre outros fatores que devem ser avaliados pelo médico oftalmologista.
Habitualmente, na maioria dos casos de hemorragia subconjuntival, não é necessário qualquer tratamento, uma vez que o sangue no olho desaparece ao fim de algum tempo, vulgarmente, entre uma a duas semanas. Este tipo de hemorragia mesmo nos casos mais extensos e que causam mais preocupação costuma evoluir sem complicações.
Em alguns casos, podem ser prescritos colírios de corticóides.
As lágrimas artificiais podem dar mais conforto, embora estes colírios não ajudem a “reparar” os vasos sanguíneos.
Como “tratamento natural ou caseiro” o médico pode aconselhar a aplicação de compressas frias sobre o olho com o derrame entre 5 a 10 minutos e duas a três vezes por dia.
Na primeira semana após a hemorragia deve efetuar repouso, não praticar atividades físicas e não “coçar o olho” ou dormir sobre o olho afetado pelo derrame.
No caso de tomar medicamentos como por exemplo os utilizados no controlo da hipertensão arterial ou outros, não deve suspender o tratamento e deve consultar o seu médico assistente.
Apesar da hemorragia subconjuntival, muitas vezes, não ter qualquer importância é no entanto, sempre aconselhável saber a sua causa.
Hemorragia e vermelhidão no olho
Para além da hemorragia subconjuntival, que como vimos, é na maioria das vezes uma situação benigna, o derrame ou “sangue” pode ter lugar em diferentes partes dos olhos.
Saiba, aqui, tudo sobre derrame ocular.
O termo “sangue ou hemorragia no olho” é também muitas vezes utilizado sempre que é visível uma “vermelhidão nos olhos”. Os olhos vermelhos podem ser causados por um conjunto de doenças dos olhos, podendo estes ter um aspeto de “raios de sangue” ou, então, a vermelhidão ser mais difusa sem “sangue à vista”.
Saiba, aqui, tudo sobre olhos vermelhos.