Dizemos que estamos perante um olho seco quando não existem lágrimas em quantidade e qualidade suficiente para manter os olhos lubrificados, podendo o problema afetar apenas um olho (unilateral) ou, então, os dois olhos (bilateral). Na maioria dos casos, o problema afeta os dois olhos.
Em determinadas ocasiões ou circunstâncias, o olho pode estar seco sem que exista qualquer problema ocular ou doença dos olhos. A poluição, o excesso de exposição ao sol, o vento, a exposição ao ar condicionado ou ambientes que de alguma forma tornem o ar mais seco, são fatores que podem atuar como facilitadores na evaporação das lágrimas e, deste modo, provocar secura nos olhos.
Ver televisão por longos períodos ou a utilização frequente de computador, telemóvel, tabletes, e outros dispositivos digitais também origina olho seco. Este facto, prende-se com a diferença existente entre o número de vezes que “piscamos” os olhos de uma forma habitual e quando utilizamos este tipo de dispositivos. Para além destes, outros fatores podem estar na origem do problema. Veja mais informação em fatores que contribuem para o olho seco e prevenção.
Em alguns doentes pode existir um problema ocular (patologia) que provoque o olho seco, como veremos de seguida.
Síndrome do olho seco
Na síndrome do olho seco ou doença do olho seco não existe produção de lágrimas em quantidade suficiente ou, então, as lágrimas apesar de serem suficientes não possuem a qualidade necessária para manter os olhos lubrificados.
As lágrimas visam também proteger a superfície ocular das infeções e efeitos nocivos do meio ambiente. Estas contêm vitaminas, minerais, proteínas e lipídios. A presença de todas estas substâncias permite obter lágrimas de qualidade para hidratar, alimentar e lubrificar a córnea.
As lágrimas são produzidas pelas glândulas lacrimais, situadas atrás da pálpebra superior. Com o pestanejo, estas espalham-se e tornam a superfície corneana brilhante e transparente, formando o filme lacrimal.
O filme lacrimal é constituído por três camadas: lipídica, aquosa e mucina. A camada lipídica é a mais externa e impede a evaporação da lágrima, a camada mais interna é a mucina e permite adesividade do filme lacrimal à córnea, por sua vez, a camada mais espessa é a aquosa e é constituída por água.
O olho pode ser considerado seco não só pela falta de quantidade suficiente destes constituintes, mas também quando a qualidade está alterada. O olho pode estar seco não só pela quantidade destes constituintes mas também se a qualidade estiver alterada.
Assim, se for confirmado o diagnóstico de síndrome de olho seco, o doente como tem má lubrificação ocular, o olho sofre uma espécie de agressão, traumatismo mesmo, com o pestanejo.
Quando ocorrem olhos secos ao acordar, provavelmente este problema estará relacionado com a síndrome ou doença do olho seco, isto é, existe uma diminuição da quantidade de lágrimas, essencialmente na produção basal, ou deficiência na qualidade das mesmas, nomeadamente, alteração da camada lipídica ou da mucina do filme lacrimal.
Sintomas do olho seco
No olho seco, um dos sintomas mais frequentes é a vermelhidão e ardência ou comichão nos olhos. A produção excessiva de lágrimas (“olhos lacrimejantes”), a irritação excessiva do olho (ao fumo ou vento) e o desconforto e complicações com o uso de lentes de contacto são também dos sinais e sintomas mais frequentes nos olhos secos.
Os doentes, tipicamente, referem que sentem os olhos secos e vermelhos, acompanhado de ardor. Pode ocorrer visão turva ou "embaçada", fundamentalmente, ao final do dia. Em algumas situações pode verificar-se dor nos olhos que pode ser mais intensa nos casos mais graves.
Os doentes que padecem do síndrome do olho seco sentem vários sinais e sintomas que podem causar bastante desconforto, fundamentalmente, na presença de olho seco severo.
Causas do olho seco
As causas mais frequentes de olho seco são: a idade, menopausa, uso de computador de uma forma continuada ou excessiva, ar condicionado, uso de lentes de contacto e alguns medicamentos (diuréticos, anti-histamínicos, benzodiazepinas, antidepressivos, analgésicos, anticoncetivos, em algumas doenças oculares e em algumas doenças sistémicas, etc.). O olho seco pode ocorrer em pessoas de ambos os sexos e em qualquer idade, embora o sexo feminino seja o mais afetado.
O diagnóstico deverá ser efetuado por um oftalmologista através de testes que medem a qualidade e a produção das lágrimas. Os testes são rápidos, indolores e não são invasivos.
Olho seco tem cura?
A síndrome do olho seco não tem cura. Todavia, existem formas de controlo eficazes da doença que permitem restabelecer aos doentes uma vida perfeitamente normal. Saiba, de seguida, como tratar o olho seco.
Tratamento do olho seco
O tratamento para olho seco passa essencialmente pela utilização de lágrimas artificiais em gotas (colírios) colocadas nos olhos várias vezes ao dia, consoante a necessidade. Por vezes, a utilização de colírios não é suficiente e pode ser necessário utilizar antiinflamatórios, antibióticos, entre outros, para um eficaz controle da doença. Em determinadas situações, a oclusão dos pontos lacrimais é útil, evitando a drenagem das lágrimas pelas vias lacrimais, permitindo a sua manutenção na superfície ocular.
O médico oftalmologista, com base na observação e exames efetuados, tomará a decisão sobre o tratamento para olho seco mais adequado a cada doente.
Os doentes para além do tratamento médico, devem evitar o contacto com os fatores de risco atrás enunciados, como o uso prologando e excessivo do computador (fazendo pausas por exemplo), evitar o ar condicionado, etc.
Colírio para olho seco
No tratamento do olho seco são utilizadas vários tipos de lágrimas artificias (colirios), sendo importante efetuar a escolha do melhor colírio para um tratamento eficaz. Nestes colírios é fundamental que não estejam presentes conservantes, uma vez que a sua utilização pode causar graves alergias oculares (conjuntivites).
Saiba, aqui, o que é conjuntivite.
O aconselhamento com o médico oftalmologista (especialista em oftalmologia), sobre a correta utilização dos colírios para olhos secos, ou demais medicação, é fundamental para um eficaz tratamento.
Olhos secos - o que fazer?
Para além da consulta com um oftalmologista no sentido de efetuar um eventual diagnóstico da síndrome do olho seco, é necessário também tomar algumas medidas preventivas ou de "tratamento natural" para a saúde dos seus olhos.
A mudança de hábitos na utilização do computador ou outros dispositivos digitais, a escolha do monitor, a adaptação da iluminação no local de trabalho e em casa, as rotinas durante o dia ou noite, entre outros, são tudo medidas que podem ajudar a prevenir ou tratar o problema dos olhos secos.