A cirurgia (ou operação) nos dedos em garra está indicada quando o tratamento conservador falha. Nestes casos, o tratamento cirúrgico poderá ser a melhor opção para permitir melhorar a qualidade de vida do doente.
A cirurgia está indicada quando a deformidade provoca queixas que interferem com a qualidade de vida. As principais queixas são o conflito com o calçado e a metatarsalgia (dor na almofada plantar) que pode resultar do “empurrar para baixo” do metatarso pelo dedo em garra.
Como é feita a cirurgia dos Dedos em Garra?
A cirurgia vai depender da deformidade apresentada. O dedo em garra pode-se dividir em 2 tipos, o proximal, mais comum, e o distal, também chamado dedo em martelo, em que a garra ocorre apenas na “ponta” do dedo.
Temos ainda de considerar 2 graus de garra. A garra flexível e a garra rígida.
Quando a garra é flexível, poderá ser possível a sua correção apenas com procedimentos de partes moles, nomeadamente a libertação da cápsula articular e tenotomias (cortar os tendões).
Quando a garra é rígida, torna-se necessário atuar sobre o osso. Nestes casos podemos recorrer a técnicas clássicas (abertas) ou a técnicas minimamente invasivas. Na técnica aberta podemos retirar uma porção de osso, mantendo alguma mobilidade do dedo, ou então fazer uma fusão das articulações do dedo, deixando de mover e ficando com a posição corrigida.
No caso da cirurgia minimamente invasiva, o que se faz é uma osteotomia das falanges (cortar o osso) para corrigir a sua posição.
A anestesia poderá ser geral ou local, dependendo das comorbilidades e preferências do doente.
Complicações na cirurgia dos Dedos em Garra
Todas as cirurgias têm potencial para complicações e a operação dos dedos em garra não é exceção. Além das complicações mais graves, mas relativamente raras, como a infeção ou a trombose venosa profunda, há algumas complicações que são específicas deste procedimento.
Durante a cirurgia pode haver uma lesão dos vasos sanguíneos do dedo que pode comprometer a irrigação do dedo, podendo, no extremo, levar a uma necessidade de amputação. Apesar de ser importante reconhecer esta potencial complicação, ela é rara.
A complicação mais comum será mesmo a recidiva da lesão, algum tempo após a cirurgia. Ainda assim é também uma complicação pouco frequente.
Por haver várias opções cirúrgicas, as complicações específicas de cada procedimento deverão ser discutidas diretamente com o cirurgião de pé e tornozelo.
Pós-operatório na cirurgia dos Dedos em Garra
No pós-operatório é recomendado utilizar um sapato pós cirúrgico (tipo barouk mas sem a plataforma de descarga). Este sapato é mantido durante 4 semanas e depois removido. Durante todo o período pós-operatório poderá fazer carga completa no pé. Mesmo assim, sobretudo nas primeiras 2 a 3 semanas, deverá ser insistido sobretudo no repouso.
A recuperação estima-se que poderá demorar até 3 meses, sendo que na maioria dos casos é mais rápida.
Recuperação após a cirurgia dos Dedos em Garra
Como já referido anteriormente, o tempo de recuperação poderá variar entre 6 a 12 semanas. Na fase inicial recomenda-se mais repouso, até haver cicatrização das feridas. A partir daí pode progredir gradualmente na carga e no calçado, conforme for tolerado.
A fisioterapia não costuma ser necessária nestes casos.