Um quisto de Baker ou cisto de Baker é uma acumulação de liquido articular na região posterior do joelho. Pode ser uni ou bilateral e habitualmente condiciona desconforto em especial durante o movimento de flexão da articulação.
Em termos de anatomia o quisto de Baker é constituído por membrana de sinovial preenchida por líquido que se insinua junto à inserção do gastrocnémio / gémeo medial na fossa poplítea. Veja fotos superiores.
Embora a sua localização seja constante, o tamanho do quisto pode variar muito desde pequeno (incipiente) ou tornando-se grande, atingindo dimensões, por vezes, de 10 a 12 cms e mantendo-se mesmo assim integro.
Causas do quisto de Baker
As causas mais frequentes de quisto de Baker são a osteoartrose do joelho, em idades mais avançadas ou a lesão do menisco nos mais jovens.
Saiba, aqui, o que é osteoartrose do joelho.
Saiba, aqui, o que é a lesão do menisco.
São também fator de risco a prática de atividade física excessiva ou determinados desportos que originem sobrecarga do joelho.
Certas patologias, como a artrite reumatoide, podem também desencadear um processo de sinovite e derrame articular, que se vai acumulando, levando à formação de um quisto.
Sinais e sintomas no quisto de Baker
O quisto de Baker produz habitualmente dor e desconforto na face posterior da articulação. Esta pode ser leve, moderada a forte e acompanha-se de sensação de “água ou líquido no joelho” ou de joelho “inchado”.
Por vezes, o quadro clinico pode tornar-se mais complicado, se há rotura do quisto com extravasamento de conteúdo hemorrágico para as partes moles adjacentes, levando a exacerbação do quadro álgico.
Diagnóstico do quisto de Baker
Especialmente quando existem sinais de rotura, torna-se fundamental a sua realização para exclusão de outros diagnósticos.
De uma forma geral, se pretendermos determinar a sua etiologia, podemos também efetuar um Raio X (radiografia) do joelho ou associar uma Tomografia computorizada (TC ou TAC) do joelho.
O quisto de Baker tem cura?
O prognóstico do quisto de Baker está habitualmente dependente da sua etiologia (causas) e, por isso, a tomada de decisão no tratamento está condicionada pela mesma. Geralmente, o médico especialista do joelho leva em consideração que é frequente que o quisto desapareça espontaneamente, pelo que não precisa operar.
Saiba, de seguida, como tratar o quisto de Baker.
Tratamento do quisto de Baker
O tratamento médico conservador (não cirúrgico) com repouso, a aplicação de gelo (frio) e a toma de medicamentos (ou remédios) anti-inflamatórios podem ser suficientes para aliviar a dor.
A fisioterapia, quando corretamente prescrita, pode ser extremamente útil. A diminuição da inflamação, a manutenção da amplitude articular e o reforço muscular são os principais objetivos do tratamento fisioterapêutico.
O quadro clinico pode também melhorar com a drenagem do líquido, que pode ser efetuado através de punção do quisto com agulha fina sob controle ecográfico, a fim de reduzir o seu volume.
A utilização de determinadas ortóteses ou métodos compressivos também tem o seu papel na recuperação do paciente.
Cirurgia no quisto de Baker
A cirurgia (ou operação) para remoção do quisto, raramente é necessária de uma forma isolada exceto em situações de grande volume com compressão de estruturas vasculares adjacentes.
A cirurgia artroscópica, ou artroplástica (nos casos de artrose avançada), são geralmente a forma definitiva de resolver a patologia que está na origem do derrame articular e subsequente resolução do quisto de Baker.
Riscos e complicações da cirurgia
As complicações do tratamento cirúrgico do quisto de Baker são comuns a outras cirurgias do joelho, nomeadamente as lesões vasculo-nervosas, complicações tromboembólicas ou infeciosas.
Um especial cuidado é, no entanto, necessário devido à proximidade de estruturas anatómicas como os vasos e nervos da região poplítea.
Reabilitação após a cirurgia
No pós-operatório a mobilização precoce e a carga imediata são importantes no sentido de ambulatorizar o paciente o mais rapidamente possível.
Um programa de reabilitação deve ser instituído de uma forma individualizada em função da idade, nível de atividade e patologia associada.
Especialmente em atletas, os protocolos devem ser cuidadosamente preparados e instituídos de forma a reduzir o tempo de recuperação e proporcionar uma rápida retoma da atividade desportiva.