Rizartrose

Rizartrose

O que é rizartrose?

Rizartrose é o termo dado à artrose (ou osteoartrose) que atinge a articulação da base do polegar. Esta articulação, denominada de articulação trapézio-metacarpiana, é formada pelo osso trapézio e pela base do primeiro metacarpiano.

Trata-se de uma articulação em forma de sela, intrinsecamente instável, possibilitando assim uma grande amplitude de movimentos, nomeadamente a oponência, um movimento único característico do polegar. Devido a estes fatores, a articulação trapézio-metacarpiana apresenta uma elevada tendência para o desgaste precoce que pode evoluir para o desenvolvimento de artrose, razão pela qual é uma das articulações da mão mais frequentemente atingidas por esta patologia.

Numa articulação normal, as superfícies articulares em contacto são revestidas por uma cartilagem integra e lubrificada permitindo às duas superfícies deslizarem entre si sem qualquer atrito, amortecendo o choque e o traumatismo desencadeado pelos movimentos triviais do polegar. Na osteoartrose, verifica-se o desgaste progressivo da cartilagem articular com exposição do osso subjacente, sendo fonte de dor, deformidade e limitação da mobilidade do polegar.

Causas de rizartrose

A causa da rizartrose normalmente é desconhecida, mas sabe-se que esta articulação tem uma grande predisposição para desenvolver desgaste precoce isolado ou em associação com a osteoartrose em outras articulações.

Pensa-se que terá uma etiologia multifactorial para a qual podem intervir:

  • fatores intrínsecos, como fatores genéticos e constitucionais, que determinam hiperlaxidez ou hipermoblidade ligamentar, mais frequentemente encontrada em mulheres;
  • causas extrínsecas, como padrões de sobreuso;
  • causas pós-traumáticas como fraturas com atingimento da superfície articular, lesões ligamentares e instabilidade.

É uma patologia que afeta mais frequentemente as mulheres, sobretudo com idade superior a quarenta anos. Nos casos em que os fatores intrínsecos são preponderantes no desenvolvimento da patologia, não é raro encontrarmos rizartrose bilateral.

Sintomas de rizartrose

Como qualquer processo de osteoartrose, os sintomas variam de acordo com a gravidade da doença.

O principal sintoma é a dor na base do polegar, que agrava com a execução de atividades mais vigorosas ou repetitivas, como atividades que envolvam agarrar, pinçar e movimentos de torção. Muitos doentes referem dificuldade em escrever ou realizar outras atividades finas como tocar instrumentos, usar tesouras ou o rato do computador, rodar uma chave, abrir uma garrafa ou a tampa de um frasco. No entanto, nesta fase, geralmente os doentes apresentam uma grande tolerância à dor e desenvolvem mecanismos de adaptação ao seu grau de incapacidade.

Em situações mais graves, a dor pode surgir em repouso, associada a fraqueza, limitação da mobilidade e deformidade da base do polegar. Esta deformidade traduz-se por um alargamento visível da base do polegar que, com o avançar da doença, pode evoluir para uma deformidade global de todo o raio, cujo estadio final é um padrão de polegar em zigzag.

Diagnóstico de rizartrose

A história e o exame clínico são habitualmente suficientes para permitir o diagnóstico.

A radiografia (raio x) é importante para confirmar o diagnóstico, avaliar a gravidade e programar o tratamento.

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Rizartrose tem cura?

A rizartrose, como qualquer processo artrósico, evolui para o agravamento progressivo, pelo que, uma vez instalada, a solução definitiva é apenas o recurso ao tratamento cirúrgico.

No entanto, em alguns casos, a doença evolui muito lentamente, os sintomas são escassos e os doentes desenvolvem formas de adaptação que lhes permite controlar a doença apenas com recurso ao tratamento conservador.

Tratamento de rizartrose

O tratamento depende dos sintomas que o doente apresenta.

Inicialmente deve ser feita uma tentativa de tratamento conservador, cujo sucesso vai depender do estadio da doença, da gravidade dos sintomas e da prática de atividades laborais e recreativas específicas. Este tipo de tratamento consiste na aplicação de gelo local, uso de antinflamatórios e modificação da atividade, evitando assim atividades que desencadeiam os sintomas. A imobilização do polegar com uma tala ou ortótese para rizartrose, proporciona suporte e repouso à base do polegar, o que pode ser bastante útil no alívio dos sintomas.

O uso de suplementos de glucosamina e condrotina e a infiltração intraarticular com ácido hialurónico também podem ser úteis e contribuir para retardar a evolução do processo de osteoartrose.

Nos casos que não melhoram com estas medidas, o médico ortopedista especialista em mão, pode efetuar uma infiltração intrarticular com corticóide na base do polegar, que pode aliviar os sintomas temporariamente.

Cirurgia de rizartrose

Quando o tratamento conservador não é efetivo, a cirurgia pode estar indicada. Existem inúmeras intervenções cirúrgicas que podem ser realizadas no tratamento da rizartrose. A definição do procedimento cirúrgico depende da experiência do cirurgião, associado ao grau de artrose e idade do doente.

Basicamente os procedimentos cirúrgicos consistem na remoção completa do osso trapézio, que pode ser associada à estabilização da articulação trapézio-metacarpiana utilizando um segmento de um tendão local (tendão flexor radial do carpo ou outro) e interposição de parte deste tendão no local onde estava o osso trapézio (ligamentoplastia de interposição-suspensão). Geralmente a operação é realizada com recurso a anestesia geral e o doente pode ser operado em regime de ambulatório ou permanecer internado por uma noite, para melhor controlo das queixas álgicas após a cirurgia.

Pós operatório da cirurgia de rizartrose

No pós-operatório aplica-se uma imobilização gessada durante cerca de 3 semanas, após a qual o doente inicia a mobilização progressiva do polegar, com o apoio de um programa de fisioterapia, para readquirir a mobilidade e a firmeza do polegar.

Riscos e complicações da cirurgia de rizartrose

Os riscos desta operação são escassos, principalmente em doentes saudáveis. O risco mais frequente é a ligeira diminuição da força de pinça, que não é referido pela maioria dos doentes, uma vez que a dor que sentiam ao desenvolver atividades de pinça e de preensão antes da cirurgia possibilitava-lhes um grau de força inferior ao que alcançam após a cirurgia, motivo pelo qual estes, geralmente, apresentam um grau de satisfação bastante elevado.

As complicações da cirurgia são raras. As mais frequentes são a dor no local da cicatriz, pequenos nevromas superficiais ou uma ligeira diminuição da mobilidade do polegar e da força da pinça que podem ser prevenidas pela mobilização precoce e fisioterapia.

Recuperação da cirurgia de rizartrose

O tempo de recuperação completa pode variar de três a seis meses, principalmente no caso de doentes que possuam profissões que exijam maior esforço manual. Após esse período, o doente está apto para retomar a sua atividade normal sem limitações.

Quanto custa uma cirurgia de rizartrose?

O preço da cirurgia varia de acordo com a técnica cirúrgica e o subsistema ou seguro de saúde em causa (caso exista). Apenas o médico ortopedista, especialista em mão, poderá determinar o valor da cirurgia com exatidão, após avaliação em consulta e definição do procedimento cirúrgico necessário.

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