A densitometria óssea (DEXA) é um exame ou método de diagnóstico rápido, simples e não invasivo, que serve para medir a quantidade de massa mineral óssea existente numa dada região do corpo.
O grau de diminuição de massa óssea é determinado através dos valores da densidade mineral óssea (DMO) que mede a quantidade de mineral existente numa determinada área de osso.
Porquê medir a densidade óssea?
O corpo humano sofre alterações da massa óssea ao longo da sua vida (ver gráfico). Até aos 18/21 anos atinge-se a quantidade máxima de massa óssea no organismo.
O que é a osteoporose?
A osteoporose é uma doença caracterizada pela perda de massa óssea normal e deterioração do tecido ósseo com o aumento consequente da fragilidade óssea e suscetibilidade de fratura.
Segundo a Associação Nacional Contra a Osteoporose, esta doença afecta cerca de 800 mil portugueses, na sua maioria mulheres.
Como funciona a densitometria óssea?
O equipamento é constituído por uma fonte de radiação e detectores.
A fonte de radiação emite dois tipos de energia que atravessam a parte do corpo a ser examinada. Uma energia é absorvida pelos tecidos moles (pele, músculo e gordura) e a outra energia é absorvida pelo osso.
Os detetores recebem essa informação e transformam-na numa imagem que posteriormente é analisada, permitindo assim conhecer a quantidade de massa óssea existente numa dada região do corpo.
Existem dois tipos de equipamentos, a saber: centrais e periféricos. Os aparelhos mais utilizados são os equipamentos centrais porque apresentam maior acuidade no diagnóstico e permitem o seguimento do doente após tratamento.
Tipos de exames de densitometria óssea
Para o diagnóstico da osteoporose, normalmente é requisitada a densitometria à coluna lombar e à anca (colo do fémur). Mas é, por vezes, também solicitada ao punho e no corpo inteiro.
Normalmente, realiza-se à anca e ao punho esquerdo porque a maioria da população é dextra, mas existem algumas exceções cuja realização é efetuada no lado direito:
- Ser esquerdino;
- Ter prótese ou outro tipo de metal ortopédico no lado esquerdo.
Se o doente for obeso (+120Kgs) ou se tiver banda gástrica, só é possível realizar a densitometria ao punho. Também se aplica no caso do doente ter fixadores metálicos na coluna lombar e próteses em ambas as ancas.
Como é feita a densitometria óssea?
O doente deita-se confortavelmente sobre uma mesa, enquanto o equipamento que faz o exame (densitómetro) percorre a área do corpo a examinar. Existem pequenas diferenças no posicionamento do doente tendo em conta a parte do corpo a ser examinada.
Durante o exame o doente não se pode mexer.
Após a conclusão do exame é utilizado um software que analisa as imagens e forma um gráfico com a densidade óssea naquela região do corpo.
O Médico Radiologista analisa os gráficos, ou seja, faz a interpretação dos valores e realiza o relatório final como os resultados disponibilizados em formato digital e/ou papel (imagens e relatório).
De acordo com a OMS, diz-se que há osteoporose quando o índice T tiver valores inferiores a -2,5 DP e osteopenia quando o índice T se situar entre -1 e -2,5 DP. Valores superiores a -1 são considerados normais (veja gráfico superior).
Quem deve realizar o exame?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ICSD – Sociedade Internacional de Densitometria Clinica, a Direcção Geral de Saúde (DGS) e a Sociedade de Reumatologia Portuguesa, as indicações são para que o exame seja realizado a mulheres com idade inferior a 65 anos, a homens com idade inferior a 70 anos e a crianças, se tiverem um ou mais fatores de risco abaixo indicados:
- Fratura vertebral prévia;
- Índice de massa corporal baixa;
- Uso de corticoides orais ou sistémicos;
- História de quedas frequentes;
- História de fraturas da anca na família;
- Consumo excessivo de álcool;
- Tabagismo;
- Osteoporose secundária.
As recomendações das normas também advogam o rastreio em mulheres com idade superior a 65 anos e a homens com idade superior a 70 anos.
A consulta clínica com o seu Médico Assistente é essencial para determinar a necessidade ou não de rastreio.
O exame não é recomendado a mulheres grávidas, não só por causa do risco de radiação para o feto, embora seja mínimo, mas também pela possível mudança dos valores de referência devido ao facto do feto estar na área abrangida pelo exame.
Perigos da radiação
Apesar do equipamento utilizar radiação ionizante, o nível de radiação emitido durante o exame é muito baixo. Em termos comparativos, a dose de radiação absorvida pelo corpo humano na densitometria é 0,001mSv, enquanto que na radiografia do tórax é 0,1mSv. A radiação é menor do que a sujeita numa viagem de avião.
Segundo a comissão europeia (directiva 97/23/Euratom), não é necessário nenhuma proteção adicional para o doente.
Quanto tempo demora o exame?
O exame demora entre 15 a 20 minutos (duração média), dependendo do número de partes do corpo a estudar. Não é injetado nenhum contraste nem são realizados procedimentos invasivos.
Preparação do exame
Deve trazer roupas leves e confortáveis, evitando acessórios de metal como botões ou fechos. Caso traga, vai ser pedido para remover toda a roupa e objetos metálicos como cintos e piercings, sendo convidado, de seguida, a vestir uma bata.
Caso tenha realizado exames com a ingestão de contrastes ou injetados na veia, como por exemplo, um TAC Abdominal, uma Urografia, um Trânsito esofágico ou intestinal, um clister opaco, uma Cintigrafia ou um PET nos últimos 7 dias, não será possível realizar este exame.
Se estiver grávida ou suspeite de gravidez deve informar o Médico Radiologista ou Técnico de Radiologia.
Antes do exame a sua altura e peso serão pedidos (se possível medidos) no serviço de radiologia onde vai realizar o exame.
É necessário jejum?
Não. Pode alimentar-se normalmente antes do exame, evitando apenas a ingestão de suplementos de cálcio nas últimas 24 horas anteriores ao exame.
Pode tomar a sua medicação habitual.
É importante levar a lista de medicamentos que toma habitualmente, de modo a ser verificada pelo Médico Radiologista ou Técnico de Radiologia.
Limitações/alternativas à densitometria
A osteodensitometria é considerada o melhor método de diagnóstico para a osteoporose.
O exame não é realizado a doentes com material metálico ortopédico na coluna lombar, ancas ou punhos.
Existem outros métodos de diagnóstico como é o caso da Ultrassonometria óssea, da Tomografia Computorizada Quantitativa e da Ressonância Magnética Quantitativa, mas até este momento não há suporte científico suficiente para que possam constituir uma alternativa à densitometria.
Quanto custa uma densitometria óssea?
O preço da densitometria óssea pode variar em função da área ou das áreas em estudo.
No caso do exame ser realizado a título particular, o valor é instituído pela clínica de radiologia que o realiza. Trata-se de um exame coberto por alguns seguros de saúde e subsistemas públicos como a ADSE e SAMS.
Para os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) os exames de densitometria óssea são comparticipados pelo estado, cabendo ao doente apenas o pagamento de uma taxa moderadora, caso não exista isenção.
O custo da taxa moderadora está afixado em portaria nº64-C/2016, para cada área: coluna lombar (4€), Colo do fémur (3,5€), Punho (3,5€), Coluna lombar e colo fémur (4.50€). Note que estes valores de taxas moderadoras podem ser alterados através de fixação de nova portaria.
Veja mais informação sobre preços de exames e onde fazer a densitometria óssea, selecionando o seu concelho.