A dispneia (falta de ar) pode ser provocada por diversas patologias (doenças), como por exemplo, as infeções respiratórias, asma, a bronquite, a DPOC, entre outras, conforme discutiremos adiante com maior detalhe.
As doenças que provocam dispneia podem ser crónicas (asma, bronquite, DPOC, etc.) ou podem ser agudas (resfriado comum, gripe, pneumonia, etc.). Veja mais informação em “Causas da dispneia”.
A dispneia é um sintoma que nunca deve ser ignorado, ou seja, o doente deve procurar um médico de medicina geral e familiar, medicina interna ou pneumologista com a maior urgência possível, principalmente nos casos agudos ou de agravamento do quadro clínico nas doenças crónicas. Em casos graves de “falta de ar” deve dirigir-se, de imediato, a uma urgência ou ligar o número de emergência (112). Ela pode ocorrer de repente ou de forma gradual, dependendo da causa.
Causas da dispneia
Muitas vezes, a dispneia está relacionada com condições que afetam o sistema respiratório, como a asma ou a pneumonia, mas também pode ocorrer em situações de ansiedade intensa ou devido a problemas cardíacos. As principais causas apontadas para a dispneia são as que passamos de seguida a descrever, designadamente:
Asma
A asma é uma doença crónica bastante frequente e causada pela inflamação das vias aéreas. Nesta patologia, são comuns sintomas como dispneia (falta de ar), a sibilância (pieira), aperto no peito e tosse irritativa, que variam ao longo do tempo e de intensidade.
A asma não tem cura, apesar de quando bem controlada, poder não apresentar sintomas durante longos períodos de tempo. A asma é mais comum em crianças, sendo bastante frequente a asma alérgica (asma desencadeada por alergias).
Bronquite
A bronquite carateriza-se pela inflamação do revestimento dos brônquios, que quando presente pode provocar dispneia mais ou menos acentuada. Esta inflamação brônquica provoca tosse com expectoração, por vezes, mucosa.
No caso da bronquite crónica, a tosse ao acordar e o desconforto torácico são os sintomas mais comuns. Inicialmente, a tosse é não produtiva, mais tarde, surge geralmente expectoração mucosa. Com o evoluir da doença, a expectoração pode tornar-se purulenta (com pús) e surgir raiada de sangue.
A dispneia (falta de ar), surge apenas nas fases iniciais quando o doente efetua grandes esforços, como por exemplo uma caminhada. Com o evoluir da doença, a dispneia surge mesmo com as atividades diárias que requeiram pequenos esforços.
Saiba, aqui, tudo sobre bronquite.
Doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC)
A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma patologia pulmonar comum, caracterizada por persistência de sintomas respiratórios associados a obstrução do fluxo de ar aos pulmões. Os sintomas mais frequentes são a dispneia (dificuldade em respirar) tosse, produção de muco (expectoração) e sibilos.
A DPOC é frequentemente provocada pela exposição prolongada a gases irritantes ou partículas. O fumo do tabaco nos fumadores é a causa mais frequente de DPOC.
Pneumonia
A pneumonia é um tipo de infeção pulmonar (dos pulmões) que surge em consequência da existência de micro-organismos infeciosos ao nível dos alvéolos (pequenos sacos de ar). O principal sintoma da pneumonia é, geralmente, a tosse que surge juntamente com outros sintomas, nomeadamente, expetoração, febre, dispneia ou dificuldade em respirar, desconforto no peito ou dor do tipo “pontada” e “dor nas costas”.
Saiba, aqui, tudo sobre pneumonia.
Gripe
A gripe é uma patologia do aparelho respiratório provocada pelo vírus influenza. É, efetivamente, uma doença infeciosa, altamente contagiosa (existe possibilidade de contágio, ou seja, a doença “passa” ou “pega-se” de pessoa para pessoa). Os sintomas mais frequentes de gripe são os seguintes:
- Febre;
- Tosse;
- Arrepios de frio;
- Ardor na garganta;
- Nariz entupido;
- Dores de cabeça e corpo;
- Mal-estar geral;
De referir ainda que no caso das crianças também são frequentes náuseas, vómitos e diarreia.
Como se pode constatar, os sintomas de gripe e de constipação são bastante similares, porém no caso da gripe, as queixas apresentadas são mais acentuadas, sendo a febre mais elevada e subindo mais subitamente. Para além disso, as dores musculares também são mais intensas.
O período de incubação da gripe oscila, regra geral, entre as 48 e as 72 horas. Geralmente, a gripe ou uma constipação passam ao fim de cinco dias, sem qualquer tratamento, todavia, em alguns casos podem surgir complicações requerendo observação médica. Os antibióticos não estão indicados no tratamento da gripe, pois esta não é causada por bactérias.
Saiba, aqui, tudo sobre gripe.
COVID 19
A COVID 19 é uma infeção causada pelo vírus SARS-COV2. Os primeiros casos de COVID-19 surgiram no final de 2019, tendo a doença tomado grandes proporções num pequeno espaço de tempo, vindo a ser declarada pandemia no ano 2020.
Os sinais e sintomas da COVID 19 são muito semelhantes aos da Gripe, variando, no entanto, no modo de apresentação e de intensidade, de pessoa para pessoa.
Sabemos, hoje, que algumas pessoas desenvolvem doença aguda grave, sendo a dispneia um importante sintoma de alarme e que necessita de atenção médica urgente.
As vacinas têm se vindo a mostrar eficazes na prevenção da doença grave.
Resfriado comum, ou constipação
O resfriado comum ou constipação é uma infeção vírica (provada por vírus) do trato respiratório superior, ou seja, do nariz e da garganta, que geralmente é inofensivo, sendo uma patologia muito comum em qualquer faixa etária.
A dispneia é pouco frequente no resfriado comum, contudo pode surgir com o agravamento do quadro clínico em alguns casos. Os sinais e sintomas apresentados, de seguida, podem variar de pessoa para pessoa, mas habitualmente estão presentes:
- Coriza (pingo no nariz) ou nariz entupido;
- Dor de garganta;
- Tosse seca;
- Espirros;
- Febre baixa (inferior a 38ºC);
- Congestionamento;
- Dores ligeiras no corpo ou uma leve dor de cabeça (cefaleia);
- Mal-estar (geralmente).
Saiba, aqui, tudo sobre resfriado comum.
Ansiedade
A ansiedade pode provocar uma sensação de “falta de ar”, entre outra sintomatologia física. Infelizmente, a ansiedade é um problema bastante comum nas populações modernas, sendo por isso frequente as crises de “falta de ar” entre estes doentes.
Saiba, aqui, tudo sobre ansiedade.
A ansiedade pode desencadear “ataques de pânico”. Durante estas crises a sintomatologia é muito exacerbada levando mesmo os doentes a percecionar uma falta de ar de tal forma intensa que julgam estar a morrer.
Saiba, aqui, tudo sobre ataques de pânico.
Outras causas para a dispneia
Para além das patologias já referidas, existem outras doenças que podem provocar a dispneia, designadamente:
- Tuberculose;
- Enfisema pulmonar;
- Sinusite (aguda ou crónica);
- Fibrose quística;
- Insuficiência cardíaca (problemas no coração);
- Embolia pulmonar (coágulo de sangue em uma artéria no pulmão);
- Bronquiectasias (uma doença pulmonar crónica na qual o alargamento anormal dos brônquios inibe a remoção da expetoração);
- Bronquiolite (especialmente em bebés e crianças pequenas);
- Laringite;
- Cancro do pulmão;
- Sarcoidose;
- Etc..
Diagnóstico da dispneia
Por norma, o médico de medicina geral e familiar, de medicina interna ou pneumologista podem efetuar o diagnóstico apenas pela anamnese (questionário clínico) e pelo exame objetivo (inspeção, percussão, palpação e auscultação). Porém, certos casos, exigem a realização de alguns exames de diagnóstico, a saber:
A radiografia (Rx) de tórax é um exame relevante na avaliação dos doentes com dispneia; Saiba, aqui, o que é RX do tórax.
A espirometria também é muito útil, sobretudo na avaliação de uma possível asma, DPOC, enfisema ou fibrose pulmonar que podem ser as causas da dispneia; Saiba, aqui, o que é espirometria.
Por vezes, existe a necessidade de realização de outros exames que permitem obter uma informação mais detalhada como a Tomografia computorizada (TC ou TAC). Saiba, aqui, o que é TC do tórax.
É importante e extremamente urgente procurar um médico quando a dispneia surgir.
Tratamento da dispneia
O tratamento da dispneia varia de acordo com as causas subjacentes. Ou seja, apenas após o diagnóstico médico, deve ser planeado o plano terapêutico. O tratamento da dispneia é direcionado à causa subjacente; por exemplo, para asma, são usados broncodilatadores para ajudar na respiração, enquanto para infeções respiratórias, podem ser recomendados antibióticos.
O tratamento será dirigido à causa, envolvendo alguns dos seguintes medicamentos (remédios), como por exemplo anti-inflamatórios, antibióticos, broncodilatadores, etc. Note que a dispneia nunca deve ser ignorada, devendo existir sempre observação médica. Nunca tome qualquer medicação sem aconselhamento médico em caso de dispneia.
Prevenção da dispneia
Muitas patologias não podem ser prevenidas, no entanto, em algumas existem diversas medidas que permitem prevenir as doenças. Veja mais informação em cada uma das patologias relacionadas com a dispneia.
Ser fumador aumenta bastante o risco de dispneia. Como vimos anteriormente, muitas patologias aumentam o risco nas pessoas fumadoras, consumindo qualquer tipo de tabaco. Por isto, parar de fumar imediatamente é muito importante para reduzir o risco de vir a desenvolver certas patologias.
Saiba, aqui, tudo sobre cessação tabágica.
Ter uma alimentação rica e equilibrada, bem como praticar exercício físico regularmente são duas medidas muito importantes na prevenção de qualquer doença. Manter uma alimentação saudável e praticar exercícios regularmente fortalece o sistema respiratório e cardiovascular, ajudando a prevenir problemas de saúde que podem causar dispneia. Em caso de peso excessivo, um emagrecimento saudável é recomendado.